
Antigas ruínas localizadas em uma pequena ilha na Sibéria intrigaram pesquisadores durante anos, mas gora, os arqueólogos acreditam ter desvendado os mistérios da enigmática construção.
Conhecido como Por-Bajin, que se traduz como “casa de barro”, o complexo consiste em paredes de barro de 12 metros de altura que ocupa uma área de 215 por 162 metros.
Por-Bajin foi construído em uma pequena ilha em um lago nas montanhas do sul de Tuva, perto da fronteira entre a Rússia e a Mongólia, por um grupo de uyghures nômades, um grupo étnico turco nativo da região Uyghur de Xinjiang, no noroeste da China.
Os pesquisadores sabiam apenas que o complexo havia sido erguido em algum momento do século 8, mas nunca descobriram o objetivo de sua construção nem por que a edificação foi aparentemente abandonada sem jamais ter sido ocupada.
Usando datação por carbono-14, os cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda, e da Academia Russa de Ciências começaram a ter algumas respostas.
“Quando você encontra madeira em um sítio arqueológico daquele período, você pode medir o conteúdo de carbono-14 dos anéis de árvores subsequentes”, explicou Margot Kuitems, autora do estudo e pesquisadora do Centro de Pesquisa de Isótopos da Universidade de Groningen.
Ao usar a técnica para analisar madeiras usadas na construção, os pesquisadores descobriram que ela foi erguida por volta do ano de 777 d.C.
Naquele ano, o líder Tengri, Bögü Khan, converteu o Império Uyghur Khaganate a uma religião, agora extinta, conhecida como Maniqueísmo.
Por essa data, os cientistas presumem que a edificação tenha sido construída para ser um mosteiro desta religião gnóstica e como Tengri Bögü Khan foi morto durante uma rebelião contra o maniqueísmo em 779 d.C., o complexo foi abandonado sem nunca ter sido utilizado.